quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Adaptação na espinha das mulheres para favorecer a gravidez


De acordo com a investigação realizada na Universidade do Texas em Austin, a espinha dos seres humanos evoluíram de forma diferente em homens e mulheres, devido à pressão nas costas das mulheres ao transportar um bebê. Essas diferenças lombares foram documentados pela primeira vez na edição de Dezembro da Revista Nature. Os pesquisadores acreditam que esta adaptação se deu há pelo menos dois milhões de anos, num ancestral remoto do Homem o Australopithecus.
Esta diferença masculino-feminino não aparece em chimpanzés, o que significa que a evolução para caminhar na vertical levou à esta adaptação.
"A Seleção Natural favoreceu essa adaptação, uma vez que reduz o estresse adicional na coluna vertebral sobre uma fêmea grávida ", disse a antropóloga Liza Shapiro da Universidade do Texas, que conduziu a investigação com a estudante Katherine K. Whitcome, agora uma colega pós - doutoramento na Universidade de Harvard. "Sem a adaptação, a gravidez teria colocado um pesado encargo para os músculos das costas, causando grande dor e fadiga e possivelmente limitando a capacidade para colher alimentos e habilidade para escapar de predadores."
O antropólogo de Harvard Daniel Lieberman também contribuiu para o estudo, que mostra que as principais diferenças entre homens e mulheres aparecem na parte inferior das costas, ou porção lombar da coluna. A espinha humana tem uma única curva para frente na região lombar, mas a curva se estende através de mais vértebras nas mulheres. Isso ajuda a compensar forças prejudiciais que possam ocorrer na espinha quando as mulheres grávidas curvam-se ou extendem sua espinha para equilibrar o peso do feto, disse Shapiro. As articulações entre as vértebras também são maiores em mulheres e possuem um angulo diferente ao encontrado nos homens, para melhor apoiar o peso adicional.
"Qualquer mãe pode atestar o desajeitamento que é caminhar, equilibrando o peso na frente do corpo", afirmou Shapiro. "Mas a nossa investigação mostra que a espinha se adaptou para tornar a gravidez mais segura e menos dolorosa do que poderia ter sido se estas adaptações não tivessem acontecido".

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