sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Natureza pessoal e natureza da espécie


Com os conhecimentos que temos há algumas décadas não é difícil aceitar que características físicas como cor dos olhos cor da pele entre outras, são passadas por nossos pais e avós.

A questão que é não tão fácil de aceitar pela maioria das pessoas, é que características de personalidade, talentos e habilidades de um indivíduo, também são passadas geneticamente por seus pais e avós.

A maioria de nós foi ensinada direta ou indiretamente que nascemos uma folha em branco e que a educação que recebemos é capaz de constituir nossa personalidade para o bem ou para o mal.

Estudos comparativos com irmãos gêmeos idênticos, irmãos fraternos e adotados criados ou não na mesma casa com seus irmãos, feitos através de teste de QI e de questionários de preferências pessoais, mostram que essas características têm maior influencia genéticas do que ambientais ainda que o ambiente em que uma pessoa cresce pode ou não favorecer o potencial dessas características, o que por dedução lógica empata em importância o meio ambiente.

Estes estudos com irmãos foram um dos estudos mais repetidos e corroborados de toda a psicologia social.

Cada um de nós já vem com uma “natureza genética” própria. Uma natureza que nos deixa por exemplo, com tendência ao otimismo ou mais ao pessimismo, introvertidos ou extrovertidos, polêmicos ou fáceis de lidar. Essas tendências são quase totalmente imutáveis. Não há psicoterapia que consiga tornar uma pessoa com tendência ao pessimismo em otimista e vice versa.

Existe uma outra natureza genética, que é a das características da nossa espécie em relação as outras do mundo natural. Essas características são: o extremo apego aos nossos parentes, identificação fina de trapaça social, preocupação com a própria reputação em um grupo, capacidade de linguagem e outras que são o objeto de estudo da Psicologia Evolucionista.

Esta procura responder: Por que foi necessário para nossa sobrevivência, termos estas características enquanto espécie? Exatamente por que essas características comuns aos humanos (independentes da cultura de origem), acabaram por prevalecer em nós, no lugar de outras alternativas?