domingo, 19 de outubro de 2008

Comentário sobre o seqüestro de Santo André


Os psicólogos Margo Wilson e Martin Dale fizeram uma pesquisa em que eles mostram que de modo geral o homem tem em relação à sua mulher o mesmo conjunto de crenças cognitivas relativo ao conceito de "propriedade".

Lindemberg por conta de seu desequilíbrio deve ter sido consumido por este módulo instintivo e processado mal o fim do romance com Eloá a quem namorava desde que ela tinha 12 anos o que talvez tenha concorrido para confundir Eloá com “sua propriedade”.

Fiquei especulando em como se resolvia uma questão dessa natureza em nosso período pré-civilização, pré “Estado”. Um homem de uma família se apodera de uma mulher de outra família e por esta não o querer mais, ele a assassina. Vingança mortal por parte da família da moça em relação ao assassino, na certa.

Quando o Estado é inaugurado como detentor dos meios de resolução deste conflito, espera-se que ele dê conta de alguma espécie de instinto de “vingança” que faz parte da nossa natureza ancestral. Seria nosso Estado, nossa justiça capaz de corresponder a esta expectativa?

Por que suponho que a maioria dos brasileiros não se sentirão satisfeitos com a possível condenação que se dará a Lindemberg por maior que ela seja dentro de nossas leis?

O desafio do Estado é como “resolver” esta vingança institucional sem nos sentirmos bárbaros.

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