quarta-feira, 2 de janeiro de 2008


O pano de fundo das relações interpessoais do homem é o chamado toma-lá-dá-cá. Cooperamos com o outro quando avaliamos que este será capaz de retribuir de alguma maneira ou em outra circunstância mais a frente o favor feito. Quanto mais intensa a convivência com este outro, menos imediata é a "cobrança" do favor a ser retribuído. Quando somos muito amigos de alguem ou com nosso cônjuge, geralmente nosso melhor amigo(a), esta cobrança é a perder de vista, mas há. Com nossos filhos esta cobrança é inexistente. Damos aos nossos filhos sem querer nada em troca simplesmente porque carregam, digamos assim, metade de nós mesmos em seus genes.


Na situação em que cooperamos sabendo que não haverá a menor possibilidade deste outro em nenhuma hipótese nos retribuir, estamos neste caso, melhorando a nossa reputação de generoso e capaz de gerar "sobras" perante nosso grupo o que tambem nos confere uma vantagem social.


Estes comportamentos foram adaptados em nosso período evolutivo porque o sucesso numa caçada é variával. Então valia a pena dividir a caça com os outros quando teria sido bem sucedido de maneira que quando isto não acontecesse, recebesse do outro a porção da contra partida.


O desenvolvimento dessa dinâmica aqui colocada de forma bem rápida e resumida é a origem evolutiva do que hoje se conhece por companherismo e amizade.


Dito como foi acima, parece perder um pouco do "calor humano" em relação a um sentimento tão legal quanto ao de ter amigos. Mas de alguma maneira a natureza tratou de recompensar este comportamento com uma estimulação no Sistema de Recompensa no cérebro de modo que a amizade nos é prazerosa, ou teve que ter sido adaptada desta maneira.

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