quinta-feira, 19 de março de 2009
Richard Dawkins
Tenho estado alegremente impactado com uma colocação brilhante de Richard Dawkins no seu livro “O Relojoeiro Cego”.
Falando sobre a capacidade de “milagres” acontecerem, ele coloca que se dê tempo, por maior que possa ser esse tempo e quase todas as coisas podem acontecer, até mesmo uma “estátua de mármore mover seu braço”, mesmo que com uma probabilidade ínfima disso acontecer.
O objetivo da colocação de Dawkins nesta obra, é mostrar que mesmo estruturas orgânicas complexas como por exemplo os olhos, podem se formar por evolução cumulativa, se tempo for dado para que pequenos “milagres” forem sucessivamente acontecendo. Esses pequenos milagres seriam os erros aleatórios nas cópias (filhos), que vão selecionando ou não melhores opções funcionais da estrutura em questão.
Ele coloca que por nosso período de vida ser de pouco menos de um século, nossa noção de riscos e probabilidades para que coisas aconteçam, está mentalmente contida ao tempo de nossa vida ou um pouco mais.
Se vivêssemos um milhão de anos em média, talvez nunca atrevessaríamos uma rua, pois a chance de ser atropelado em um milhão de anos seria quase de 100%. Nossa noção de coisas com muita pouca probabilidade de acontecer que hoje temos, seria outra. Seria muito fácil aceitar que uma estrutura com muito pouca probabilidade de acontecer, como são os olhos, de fato podem acontecer.
A genialidade de Darwin está em ter percebido essa enorme extenção de tempo, e as infinitas possibilidades de acontecimentos aleatórios que esse tempo proporcionou. Dentre esses maiores "milagres", a origem, a diversidade e a evolução das espécies.
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