quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
O avanço da genética
Recebi um artigo recente escrito por Steven Pinker que me foi enviado pelo Prof. Dr. Paulo Nadanovsky da UERJ que atualmente está em ano sabático no Canadá. O artigo se refere ao fato, entre outras coisas, de que os genes não só trazem traços biomédicos de nossos parentes mas também traços da nossa personalidade e habilidades.
É bom logo ressaltar que assim como no caso de heranças orgânicas, essa herança de personalidade e habilidades são probabilísticas e não deterministas. Ou seja, uma pessoa tem uma maior probabilidade de ter as mesmas preferências, habilidades e características de personalidade do seu irmão biológico do que tem em relação a uma pessoa estranha escolhida ao acaso, tendo ela sido criada ou não na mesma casa ou país do seu irmão biológico. Testes mostram que irmãos adotivos criados juntos, tem a probabilidade de ter características de personalidade tão parecidas, quanto duas pessoas estranhas escolhidas aleatoriamente na rua.
Essa colocação ainda causa surpresa e até repulsa na maioria dos meios profissionais ligados às áreas humanas aqui no Brasil. Frequentemente esta afirmação ainda carrega uma “nuvem” preconceituosa com viéis eugênico e ou de determinismo genético.
Hoje em dia uma pessoa já pode ter identificado seus traços genéticos com as probabilidades de ter certas doenças ou não, por U$ 399,00. A pesquisa genética e o conhecimento do genoma humano correm na velocidade da internet, como associa Pinker.
É bom que as entidades de formação de psicólogos aqui no Brasil, estejam antenados para o fato de que por exemplo, “ser criado pela avó”, tem menos importância em promover certas preferências da pessoa do que seus genes.
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